“Quando entrei no FC Porto com o Peseiro havia um ambiente destrutivo, jogadores que não queriam estar ali, era uma equipa sem ADN Porto”

 



Alexandre Santos, 48 anos, pode não ser (ainda) um nome muito conhecido do futebol português, talvez pelo facto de ter passado muitos anos como adjunto, maioritariamente de José Peseiro. Mas foi recentemente tricampeão de Angola, onde conquistou outros títulos, e já passou por vários países e clubes de renome, como o SC Braga, FC Porto, Sporting, ou o Al Ahly, entre outros. Nesta parte I do Casa às Costas, em que falamos sobretudo desse percurso inicial como adjunto, revela imensos pormenores sobre os clubes, as equipas, os dirigentes e treinadores com quem lidou e conta várias histórias, que metem sheiks, garagens com carros e Transformers, e outras imperdíveis aventuras.

É de Lisboa. Comece por nos apresentar a família onde nasceu.


Sou filho de dois operários fabris que trabalhavam numa empresa metalúrgica no concelho de Vila Franca de Xira. Cresci em Alhandra. Nunca dei muito trabalho aos meus pais, até nascer o meu irmão, que é seis anos mais novo, porque a partir de uma determinada idade brincávamos muito, mas também nos chateávamos bastante.

Gostava da escola?


Sim. Ainda me recordo muito bem da creche, era no trabalho da minha mãe e eu adorava. Lembro-me muito bem de sair de mão dada com a minha mãe. Mas aos 10 anos já apanhava o autocarro e depois ia a pé para a escola uns 15 ou 20 minutos, com amigos. Tínhamos uma independência muito diferente daquela que os miúdos têm hoje. Tenho dois filhos, um com 18 anos que entrou este ano para a faculdade e uma menina com 12, e a vida deles já foi muito diferente.

Em pequeno, o que dizia querer ser quando fosse grande?


Queria ser como o meu pai. O meu pai fazia teatro e eu queria fazer teatro, o meu pai trabalhava numa tipografia, eu adorava estar com o meu pai a vê-lo trabalhar na tipografia. Depois ele foi trabalhar na Câmara, na área do desporto, e eu queria também trabalhar na área do desporto e foi aí, na adolescência, que decidi que queria ser professor de Educação Física.

Praticou algum desporto federado?


Sempre. Comecei por fazer ginástica, natação, depois passei para o andebol, estive vários anos no andebol porque o meu pai estava no andebol, eu andava sempre muito com o meu pai. Também andava como o pai quando ele era jogador de futebol, não sendo profissional, jogou muitos anos. Pratiquei futebol federado durante vários anos e mal entrei na faculdade comecei a perceber que não ia dar jogador e passei a querer ser treinador de futebol. E foi o que fiz, fui treinador de futebol e professor de Educação Física, quando saí da Faculdade de Motricidade Humana.

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